quarta-feira, 5 de junho de 2013

DST/Aids Nacional está acéfalo.



Volto a falar do tema na coluna de hoje, pois, após exoneração do diretor do Departamento Nacional de DST/Aids, Dirceu Greco, pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em função da campanha dirigida à promoção dos direitos das prostitutas, os dois diretores-adjuntos Eduardo Barbosa e Rui Burgo pediram demissão. 

A repercussão é grande. Talvez maior que o MS esperasse. Até mesmo o Programa Estadual de DSTs/Aids de São Paulo divulgou nota em nome da coordenadora Maria Clara Gianna firmando a postura sobre a importância de realização de campanhas de prevenção voltadas a população mais vulneráveis, entre elas as profissionais do sexo. 

Para se ter uma idéia, esta população – profissionais do sexo - apresenta alta prevalência de infecção pelo HIV, 6% no estado de SP, comparada à população geral (0.56%).


Lamento pelo episódio que se configurou de forma tão desastrosa. 

Lamento também especialmente a saída de Eduardo Barbosa, que conheço há anos e a quem muito respeito pela trajetória.

O desejo no arfar da tensão é que a luta contra a Aids não retroceda. Isso em prol da saúde da própria população brasileira. 


Quanto ao Ministério da Saúde, pelo menos até agora há pouco, o único posicionamento em relação a esta polêmica no Departamento Nacional de DST/Aids só por Assessoria de Imprensa:

1. As peças expostas no site do Departamento de DST/Aids não passaram por análise e aprovação da Assessoria de Comunicação Social, como ocorre com todas as campanhas do Ministério da Saúde, de todos os departamentos. Logo, o descumprimento das normas previamente estabelecidas pelo Ministério da Saúde justificou a retirada das peças do site do departamento e de seus perfis nas redes sociais e a apuração das responsabilidades.
2. As peças dirigidas a este público, que é prioritário para as ações de DST/Aids, serão disponibilizadas após análise da Assessoria de Comunicação Social.
3. Os produtos foram elaborados por representantes do público-alvo, com acompanhamento da equipe do Departamento de DST/Aids em oficinas de comunicação comunitária, logo sem custos de impressão, distribuição e veiculação.
4. Na definição de suas políticas de saúde e de comunicação, o Ministério da Saúde continuará mantendo espaços permanentes de diálogo com os movimentos sociais, sociedades científicas, associações profissionais e demais atores da saúde.

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