sexta-feira, 14 de junho de 2013

Com ou sem REVALIDA?


Muita discussão e nada de acordo ainda em relação a proposta do Ministério da Saúde em trazer médicos de fora para suprir carências no interior do Brasil. 

Governo e entidades de classe discordam de pontos essenciais.


  • Há no país 400 mil médicos p/ 190 milhões de habitantes. Número, dizem, suficiente para atender a população brasileira.

  • O problema é a distribuição desses profissionais. A maioria está concentrada nas regiões sul e sudeste.
  • Não há programa oficial que incentive e dê segurança para que o médico brasileiro se estabeleça nos municípios carentes de atendimento.
  • O salário médio é baixo (estimado entre 2 e 8 mil reais), e nem sempre com registro integral oficializado.

  • Além de médicos são necessários outros profissionais para compor uma equipe multidisciplinar.

  • Além de equipe é necessário suprir a infra-estrutura para o atendimento adequado do paciente nas unidades de saúde.

O que lamento é que, na ponta, está o cidadão brasileiro, que passa mal. E não raras vezes morre nesse compasso.

A falta de assistência no segmento da saúde é crônica. E urgente.

Requer mais recursos -  não se pode perder verba de R$ 9 bilhões por não ter sido empenhada, como relatou Roberto Luis D'Avila que preside o Conselho Federal de Medicina. 
Requer menos interesses políticos partidários. Necessita mais diálogo real e inteligente entre todas as partes. 
E decisões mais rápidas, com base em critérios rigorosos pois trata-se de prática de lidar com a vida.

E no meio desse contexto está o REVALIDA. Um tipo de prova (conhecimento e habilidades) que desde 2010 deve ser aplicada para qualificar o exercício do profissional na Medicina por aqui. Criada, inclusive, em parceria pelos próprios Ministérios da Saúde e da Educação.

O número de revalidação de diplomas de medicina obtidos no exterior sofreu queda expressiva após a criação do Revalida, exame organizado pelo Inep (órgão do Ministério da Educação) para medir os conhecimentos dos candidatos. 

Veja os números abaixo que foram citados pelo Ministro Alexandre Padilha, da Saúde, em declarações na imprensa:






O MS não quer usar o Revalida. Busca uma outra medida para avaliar o médico que pretende trazer de outros países para atender no Brasil. O CFM é contra.

Mas, cá entre nós, penso que o exame não deve mesmo ser fácil para que todo médico inscrito passe para suprir uma vaga. Isso é, no mínimo, "cobrir um problema podendo causar outro maior", não?!



Irresistível neste momento questionar: 

  1. Será que tem algum Ministro, algum político, alguma autoridade atendida rotineiramente pelo SUS?






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