quinta-feira, 29 de agosto de 2013

'Mais Médicos': o nome é bom, mas...


Penso que quando uma estratégia tem equívocos importantes na base de sua concepção o risco da geração de erros e destemperos se intensifica. Óbvio. Até aí, muitos com quem tenho conversado, concordam.

E num processo assim sobram farpas e indelicadezas pra todo lado.

Sofre a população - em primeiríssimo lugar (pela desassistência continuada) -, sofrem os médicos e todos os profissionais da saúde (pela voz não ouvida que desencadeia atitudes diversas e nem sempre adequadas), sofrem as autoridades governamentais (que uma vez posto em prática acham que voltar atrás não é alternativa pelo risco de adversários explorarem como um fracasso político).

E nesse imbrólio fica tudo misturado e vergonhoso. As arestas são muitas, há razões em todos os lados,  bem como há erros crassos.

Quem pensa realmente que a discussão dos desafios da saúde pública no país está na origem da nacionalidade do médico que presta um serviço?

É isso que ganha todo dia as manchetes nas editorias de saúde. Uma queda de braço em que não haverá vencedores.

Mas, enfim, não há porque só reclamar e ficar assistindo de camarote.

E que nos sirva a todos de lição: o quão fundamental é saber eleger os agentes que devem ser ouvidos ANTES de definir estratégias e projetos amplos para resolver problemas da saúde. E é essencial ouvir técnicos, profissionais da área, gente com experiência em políticas e práticas públicas. E que me perdoem inclusive os céticos mas há formas de reunir gente boa sem conchavos e acordos políticos.

O caminho a essa altura - por mais que diante de notícias como os R$ 24 milhões do Brasil para a Opas, referente a coordenação e mediação de médicos cubanos nos inspira a bater boca - é o de encontrar certa harmonia na balança de pré-conceitos e julgamentos. E não perder de vista que, na ponta, há um cidadão, uma família, a serem atendidos. Com urgência!




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